Sempre tive um mar ao lado; e não o via
uma foz d’água verde que me banhava.
Nunca achei no litoral que m’apresava
o mergulho do oceano que não queria
Equivoquei o leme da minha intuição
brincando com a água como se fora um lago.
Amei na areia, algum peitilho amargo
extinto nas fragas dum bravo paredão
E o mar que não via, crescia, anoitecia,
amanhecia sempre, depois de morrer.
Então que eu, ainda eu: nada percebia
Nada ocorria, tudo era saldo e morria
em mim, no lago; e no falso querer.
Na água verde que era mar; e eu não sabia.
Fernando Oliveira
2 comentários:
Como as vezes a gente se engana na vida. O canto da sereia nos distrai.
Gostei do poema
abraços
Verdade, mas aqui é bem mais complexo, muitas vezes não vemos o que é evidente e vemos o abstracto ou o desnecessário.
abraços e obrigado angela
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