Dizem que é a mão que tem pena
pois é adornada de cútis perita.
Que a energia é apenas a cena
dum volume que cala ou grita.
E que quando o coração desmaia
a mão apalpa para segurar a guita.
Da novela para que não caia
no poço da inteligência aflita.
Dizem que é mão que fecha a brochura
quando o pulmão não mais lê o ar.
Que agarra o pulso e diz com secura
é tempo de ir sossegar.
Dizem que o cérebro nada tem a pensar
ele só concebe porque a mão manobra.
E se esta não tem mais trecho a folhear
fecha o cartório onde acaba a obra.
Que pena reina na nossa mão
que afaga o peito e o cesto da memória.
Pedindo aos dois a concessão
de morrer logo que acabe a estória.
Fernando Oliveira
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