Se existisse uma só - e única flor
que fosse cor-de-rosa ou bem-me-quer.
Vivesse unicamente - para dar amor
como a margarida feita mulher.
Entre o germinar e a copiosa vida.
Se fosse apetecida pela sua cor
do brotar do sol - até à meia-luz.
No murchar argênteo - até ao rubor
aromatizando a meiguice que produz.
A língua gorda como o ego da orquídea.
Se fosse a única flor que o sol redobra
no piso árido - duma missa solitária.
Choraria apenas pela água que não sobra
e que não a leva à suma pia candelária.
Onde casaria com a própria foz florida.
Fernando Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário