Em pleno convénio com a primavera
se os galhos se enchem de folhas viçosas
a árvore germina flores de quimera
e a raiz colhe no musgo águas ditosas.
No fim do verão a árvore estremece
e o vento outonal que a faz mexer
acaricia a folha idosa que já não tece
a essência da seiva que a fez viver.
Enquanto a folha tosca amarelece
e se prepara para voar e falecer
o fruto adulto exulta e amadurece
doando ao pássaro a semente do prazer.
No Inverno silvestre o solo fabrica
o preparo para nova e desejada era
enquanto a árvore nua pousa e fica
lendo o pacto da próxima primavera.
Fernando Oliveira
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